quarta-feira, 26 de março de 2014

Apontamento prum dia encoberto

Quarta-feira vinte e seis de março. Acabei de abrir o facebook  -  este Moloch ubíquo da nossa mísera pós-contemporaneidade. Pra dar de cara com uma foto colocada por uma colega  de uma oficina poética: uma morena linda com um sorriso mais enorme que o do gato da Alice com um litoral ao fundo, parecendo mar. Sabe quando no "perau mais fundo a mata verte a dor imensa", como diria o Bandeira numa versão de maior rotundidade no breu lá dentro da alma? Sou eu, na certezura mais cortante de como é ÍNFIMA, nesta vida ou em qualquer outra, a mais mínima chance de abraçar uma moça destas  pra além de conotações fraternárias...
Nesta altura de minha acidentada passagem por cá eu já deveria estar acostumado a ser invisível, pelo menos num  sentido darwiniano, pra maioria dessas malungas brasílicas que nunca pareceram levar tão à sério o miserável mote do Vinícius  - "beleza é fundamental" -  como nestes tempos horrendos, onde por aqui nos ocidentes as chaves de momo parecem há muito andar nas mãos do mesmo cara: esse Darwin maldito. A coisa do macho mais apto  e tal. Docências desta existência onde "ninguém chora, não há tristeza, ninguém sente dissabor". Só se for mesmo  na Mangueira. Sei lá.

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